quarta-feira, 29 de julho de 2009

SuperMan Returns (novo)

Pela introdução podemos ter uma noção da direção errada que a EA tomou ao produzir Superman Returns, um jogo não terminado que sofre de uma narrativa fraca e monótona, com oponentes sem cérebro e uma visão questionável do universo do homem-de-aço. Voar e usar super-poderes normalmente é uma experiência divertida, mas não o suficiente para superar os gráficos, som e design suspeitos desse game.

Superman Returns é perdidamente baseado no filme. Isso é fato, pois depois que você derrota inimigos que não estão no filme, como Metallo, Parasite e Bizarro, você irá ver uma pequena cena de Lex Lutor, com a voz de Kevin Spacey, comentando sobre seu maléfico plano de criar um continente feito de Kryptonita. Após essa cena, você retorna a Metrópolis para lutar contra vilões que não aparecem no filme. É o pior uso da licença em anos! Mesmo assim, os astros do filme cederam suas vozes e aparência para o jogo e, com exceção da de Kevin Spacey, suas atuações são fraquíssimas. Superman, com a voz de Brandon Routh, soa estar interessado em salvar Metrópoles da mesma forma que alguém está sendo obrigado a tanto. Ah! Um spoiler em vários aspectos: Não há uma grande batalha contra Luthor e nem muito menos um salvamento de Lois Lane de um avião em chamas, um prédio em chamas ou de um corte no dedo dela feito por uma tesoura!

“Espere um pouco!”, você poderia estar dizendo, uma vez que Superman Returns não se inspira somente do filme, mas também em 60 anos de quadrinhos... Isso é verdade e há alguns chefões notórios do passado de nosso herói inseridos nesse jogo. Mas, já que é assim, então diga-nos como fazer um game do Super-homem que não mostra Clark Kent uma única vez, sem salvar Lois Lane uma única vez ou sequer lutar contra Lex Lutor uma única vez? Por isso que essa é uma fraca experiência e se você não tiver lido o quadrinho, não fará idéia de quem seja Metallo, ou o que o Mister Mxyztplk quer e de onde Bizarro vem. Se os criadores Jerry Siegel e Joe Shuster tivessem que criar um quadrinho desse jogo, seriam quatro páginas de pouquíssimo diálogo e milhares de páginas com nada além de crash, boom e bang.!

Apesar dos pesares, Superman Returns tem algumas coisas bem feitas quando falamos da jogabilidade. Voar em super-velocidade é bem legal. O Homem-de-aço vem com a grande maioria de seus poderes, que incluem visão de calor, sopro congelante e super-sopro. Entretanto sua visão de raio x não está presente no game, talvez porquê o game é para adolescentes e, bem, vocês entendem... Além disso, como ele é invulnerável, Metrópolis é que tem uma barra de life, então não a deixe cair.

Quando você pega no controle pela primeira vez, mais parece que realmente está controlando o Superman! Você pode fazer quase tudo o que ele faz. Em uma batida de coração, você chega à estratosfera, olhando para baixo na pequena Metrópolis a milhares de quilômetros de distância. Daqui, você pode explorar mais de 80 quilômetros quadrados de cidade, mais de 8000 construções. No chão, você pode correr em super-velocidade, assim como o Flash, e poderá pegar quase tudo o que possa imaginar como tratores, os cidadãos de Metrópoles e até o globo gigante do Planeta Diário.

À medida que você vai progredindo no jogo, os poderes do nosso herói vão aumentando. Você pode aprender combos e movimentos como o punho de Jor-El, Supernova e “Earthquake”, com apenas combinações de botões. Sendo um game em terceira pessoa, com mundo aberto (no melhor estilo GTA), o Super-homem é equipado com um sistema de trava que, com exceção de algumas travadas de câmera, funciona bem. É um dos games do Super-homem com a melhor jogabilidade jamais vista, mesmo com a barra de stamina ou os muros invisíveis que aparecem na cidade, pois dá o poder de um super-herói de uma forma nunca vista. Pena que é tudo desperdiçado pelos demais deslizes do jogo.

A maior falha do game é a progressão entre capítulos. Para chamá-los de capítulos, teríamos que ter algum tipo de história, uma transição entre uma fase e outra. Não há! Os adversários surgem sem motivo aparente e aleatoriamente. Pior é ainda ter que enfrentar os mesmos inimigos diversas vezes. Prepare-se para enfrentar as mesmas combinações de dragões, robôs, parasitas, ou até mesmo os chefões! Depois de algum tempo, você aprende os macetes para derrotar cada um, uma vez que nada muda!

Não vamos lembrar que não há interiores nos prédios, e nada para se fazer no chão. Mate os inimigos e espere mais deles surgirem. Muitos acreditavam que um sistema de missões, com várias histórias, como GTA seria o que mais veríamos nesse game? Ao invés disso, uma exclamação surge e você tem que ir lá e matar os robôs ou apagar um incêndio. Às vezes existem duas exclamações, só não cometa o erro de achar que você tem uma escolha, pois só são mais robôs e incêndios a serem apagados.

Visualmente o jogo é fraco. A versão de Playstation 2 de Metrópoles é menor que nos demais consoles e os prédios são ainda mais quebradiços. Não vá muito perto dos prédios, o jogo pode ficar mais lento e as construções pode ficar sem forma. O som pode ser a única coisa que realmente escapa intacta do jogo, graças a bons efeitos sonoros.

A proposta de mundo aberto do jogo era para deixar você ir onde quisesse e fazer qualquer coisa em Metrópoles, divertindo-se ao máximo, socar os malfeitores é tão divertido nesse game quanto levar o lixo para fora de casa. Francamente, por mais que a jogabilidade seja interessante, o máximo que você deveria fazer é alugar esse game... E olhe lá! Realmente os filmes baseados em gamesnão estão acertando...

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